o lagarto teiú transfunde seu sangue mineral aos manequins da vitrine viva teiú é o guia do submundo do sonho a vida aderente veste a mortalha negra & desvanece no ar a magia fura meus olhos de pitomba crianças ferinas assustam o fantasma com o canto da araponga rastreio a libido selvagem entre os cânones do meu corpo alquímico o amor justiceiro paira à deriva para as infinitas combinações do acaso abro pequenas brechas na minha consciência & planto uma bicicleta de kundalini no umbigo da glicínia os relâmpagos sacrílegos removem cirurgicamente os geoglifos em estágio de pupa
sábado, 23 de fevereiro de 2019
As Artimanhas do Oboé Mimoso
o lagarto teiú transfunde seu sangue mineral aos manequins da vitrine viva teiú é o guia do submundo do sonho a vida aderente veste a mortalha negra & desvanece no ar a magia fura meus olhos de pitomba crianças ferinas assustam o fantasma com o canto da araponga rastreio a libido selvagem entre os cânones do meu corpo alquímico o amor justiceiro paira à deriva para as infinitas combinações do acaso abro pequenas brechas na minha consciência & planto uma bicicleta de kundalini no umbigo da glicínia os relâmpagos sacrílegos removem cirurgicamente os geoglifos em estágio de pupa
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019
Orfeu Debulhando o Asfalto
os primeiros primatas coletavam as chamas da nebulosa de Órion evocavam a linhagem da lava levedavam o vento noturno até encontrar a assinatura de Deus no meio das trevas onde as luzes respiram através de guelras o bálsamo extraído do basalto solta chispas & chistes como um boneco vodu farejando a alma das mandrágoras
A Safra de Ímãs de Gude
o sangue de Shiva
concorre misticamente
com meu sangue ígneo
as mulheres extraem
o gozo dessas fagulhas convulsivas
o novilúnio chega até a cúspide
com a cor do aniquilamento
& implanta em si a medula solar
da Deusa Amaterasu
há dentro do pau oco um mundo
em miniatura quase um multiverso
avesso à inapetência do maravilhoso
A Ceia dos Necrófagos
o vórtice musical provê meus pulmões com o sêmen lunar a corola de arco-íris exibe a brandura aguerrida que passa a integrar a coleção de auroras do Deus do Embuste (Ele refuta a supremacia branca durante o sacrifício de sangue) a chama bífida, no entanto, despoja-se de seus cometas sobressalentes sobretudo em algures onde as aves ventríloquas roubam a voz do crepúsculo
Memórias de um Pornógrafo
dobro as labaredas da madrugada
no covil das cobras bicéfalas
a clepsidra cronometra o transcurso
da mutação genética
somente o olho que enxerga o recôndito
escrutina o destino da noite
o incenso de mirra, sândalo ou olíbano
almiscara os seios da dilaceração
o bricabraque bombeia o tutano da minhoca
até a extremidade distal das begônias
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019
A Genealogia da Morte
o eterno feminino rasga o ventre perpetuando o espasmo das estrelas o mínimo inominável, o Nada, sobrepuja o axioma da força, segundo Lao Tsé meu instinto apolíneo instiga o pensamento indomável que levanta as barricadas do desejo enquanto os suicidas outrora desabrochavam como lírios
revolucionários sonho com a criança lobisomem que morde as nádegas do arco-íris pois a vida é um stand-up de humor negro
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019
O Miasma da Pele
demônios ubíquos alcaguetam a impostura das religiões fecais destarte a benzedeira recomenda a ablução do ovo mergulhando-o no sangue do pau-brasil o bode hermafrodita renasce no domicílio da Via-Láctea seu coração cálido reverbera no atol das esferas onde se ordenha o leite psicopompo do xadrez de estrelas
x O Relicário das Petúnias
ausculto o pulsar do Universo
com o aparelho inequívoco
o gênio solar realiza
meus desejos soteriológicos
o fogo sumério sorri quando me embebedo
com o vinho do dilúvio
o Demiurgo desvairado
aguarda a maturação do molibdênio
enterrado no antro da terra
isso permite que minhas
visões pneumáticas movam a turbina
de sortilégios
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019
x A Cafetina de Shangri-La
embrião da anarquia hélice do desatino a morte em latência se multiplicará sob o fascínio das pétalas meu sangue circula nos tubos dúcteis da biblioteca clandestina espécies incendiárias geneticamente suprimidas pelo seu fulgor intolerável meu desejo sibilino enrodilha-se na respiração célere dos meteoros retiro o mel feérico das colmeias do Darma robôs seráficos praticam a ioga ciberpunk
x A Metafísica Fúcsia
as piranhas comem
o cerne das nuvens arborícolas
o verbo em carne viva
distribui o dom da combustão
o amor & o ódio criaram o falo
& a vulva da pedra simultaneamente
a boca da noite chupa o fogo rígido
a felação é o arremedo do ouroboros
a transmutação do amor
o óvulo fecundado pela quintessência
acomodado no vaso de tulipas ardentes
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