sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Essa percepção da arte divinatória


clímax do sol 
perplexo 
oráculo 
evanescente 

o amor ultrapassa 

suas 

próprias 

fronteiras 


nicho da paixão

o Cosmos brinca

no quintal do

Caos

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

O sol & suas válvulas de potência


as bacantes instalam-se 
num mundo
precursor & clandestino

caçadoras 

de cometas semeando 

heresias

sabotagem que profana a carne 

simbólica 


em busca 

da própria transcendência

os demônios 

cultivam 

a náusea 

no epicentro 

da convulsão dionisíaca

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Mais crapulosa que acarinhar a nespereira


um pomar de 
peixes voadores mordisca 
os submarinos 

o radar flagra a lua 

com a maré 

robusta

os girassóis florescem 

no santuário 

das 

baleias 


onde 

a luz se dissipa 

no intervalo de cada 

respiração

domingo, 16 de dezembro de 2018

O bambu & seu mecanismo biológico


o nenúfar 
chupa 
os ossos da estrela cadente 

quem fala no poema é o mito


o talismã nomeia o fogo 

& seus dialetos


a turmalina tritura 

os coriscos 

negros 

fulminando o meu cérebro 

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Apenas porque a água segue seu curso


eclipse 
de jade 
& favos de mel
demônios escoltam 

o circo repleto 

de louca sabedoria 

restauram 

o antigo 

sonho cabalista


cachos de fogo 

da árvore 

da vida 

imergem

no oceano burlesco 

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

O capricho bizarro da menina punk


teia da vida 

há flores infernais

no corpo selvagem  


da menina 


ela traz consigo 

a joia da noite 


que transfigura 

os olhos da libélula

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

A camomila depois de conduzi-la ao santuário


mudo 
para o mundo 
delirante onde Ganesha 

prepara o chá 


com o orvalho 

da lua cheia


um buquê de bodisatvas 

esgueirando-se nessa 


manhã estrepitosa 


onde manchas solares 

deixam rastros 


de amor bandido

domingo, 9 de dezembro de 2018

A mordida emergente da realidade


a Lua 
esboça 
o contorno 
de um círculo 

a geometria sagrada 


sob a tua pele 

dentro 

da cova 

da serpente 


a pirataria 

no coração do eclipse

sábado, 8 de dezembro de 2018

Apenas no âmbito da seiva


meu sangue 

percorre 

sorrateiramente 

os vasos 

comunicantes 


do amor & da morte

sonho deletério 

& música 

barroca 


ampliam a minha força 

& o perigo 

originariamente 

rico & selvagem da terra

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

O perfume depois da morte


seu corpo 

ó manequim transcendental 

provém da 

soma de 

todos os sentidos 


devassando meus 

cinco 

sentidos 

abrindo com a 

chave da alegoria 


as portas da percepção 


seus 

lábios 

contém o fruto 

do verbo que me traduz &

significa

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Amarrada com uma corda de um esplendor faiscante



a serpente 

solúvel 

é fonte 

de sabedoria 

arcaica 


a transmutação 

da matéria 

sonhadora 


as bacantes 

coletam 

o mel 

nos alvéolos 

dos cometas 


o encontro 

fortuito 

entre 

duas 

estrelas

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

As normas instituídas pelo dilúvio


os anacoretas brincam 
de roleta russa
a lua perfura 
o crânio 
dos astronautas 
a baleia jubarte 
chega às crateras lunares 
onde 
transfiguram 
as potências 
tirânicas do Absoluto
a paixão autóctone 
toca cítara 
sob a regência 
do pensamento analógico

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Uma outra versão de si mesmo


o desejo 
grudado ao mercúrio vermelho 
embevece 
               as gárgulas abstratas 
a cigana cavalga 
o Pégaso 
e extrai o pigmento das glândulas 
               solares
a coreografia da onça-pintada

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

A alegria celebrada no solstício de verão


línguas 
de fogo lambem 
          o sol 
& celebram 
o triunfo da revolta 
          metafísica 
caixas oníricas 
          acumulam tesão 
suficiente 
para engendrar 
          as joias esotéricas

terça-feira, 2 de outubro de 2018

O amor abandona deliberadamente o encanto do despotismo


as fadas de rapina 
               lançam 
as labaredas dialéticas 
               sobre os nenúfares 
                              impressionistas
sua seiva propicia 
               a procriação 
               de armas mágicas 
               isso é o esplendor 
                              selvagem 
               das estrelas 
em defesa da aurora 
                              insurgente
bem 
além da esfera do demiurgo 
               & seus vícios