segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Constelação Trigonométrica


o nenúfar deflora o Virgem Negra a escrita automática reverbera no pavilhão da alma o erotismo sagrado boia nas águas do incesto ossos divinatórios enfeitiçam a noite percorrendo as veias do ciclone minha caixa craniana é um refúgio visionário onde ovos luminosos são chocados pelo crepúsculo você canibaliza a pilhagem neste sítio arqueológico onde reina a trapaça

sábado, 5 de janeiro de 2019

No Encalço da Metanoia


na garganta do inferno os esquimós pescaram o peixe imaginário o criador do mundo o mais belo de sua espécime sua carne saborosa permitia-lhes as mais belas visões de aurora boreal

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Cicatrizes no Gelo


o oráculo está incrustado na carapaça da tartaruga Buda provoca a tempestade do pólen branco na mansão do Caos os esquimós viajam nos pulmões da eternidade bebi o absinto do sol poente Eros desprovido de órgãos internos desfruta a prosódia do poema

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Ensaio da Profanação


[para Plínio Marcos] 


Baco celebra o nascimento da tragédia alma ancestral que viveu o espírito mambembe procurando à deriva a voz inspiradora da Musa vodu saltimbanco que alucinou a boca do lixo com sua visão de artista infame a blasfêmia prende-lhe ao gulag da estrela negra onde cintila a Fênix curandeira da terra uma vida consagrada à magia do Teatro sombra pagã que ainda circula pelas coxias da marginalidade

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

A Cor da Morte


a chuva distribui visões subterrâneas a corça salta o arco-íris e o espelho gnóstico convulsão de fogos de artifício ó tulipas cro-magnon suas pétalas de ônix hibernam no alvéolo da noite

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Ecos do Labirinto


clímax do sol perplexo oráculo evanescente o amor proibido ultrapassa as fronteiras do mal nicho do amor o Cosmos nasceu da costela do Caos

domingo, 30 de dezembro de 2018

A borda invisível das chaves de bronze


o Satori é uma jaula de cometas
sutra
      solar sutra
      lunar
      fértil em desordem
 
a arte é o fruto numinoso do inconsciente
 
o grito
consagra o andrógino
cobrindo-o
       de todo pesadelo

sábado, 29 de dezembro de 2018

A aventura indescritível dos profetas da discórdia


a noite
     uiva
          para os astros
               antípodas
 
a metamorfose
          do fruto
          sanguinário
                   perverte o meu instinto
 
  as onomatopeias
  são
  um livro
  de fábulas lunares
 
                   sílabas
                   de luz
                   atiçam o desejo
                   carnal
 
danço no saguão do sexo

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

A polpa borbulhante da paixão


berço
das galáxias
as chamas que suscitam o cérebro são portadoras
            do pensamento selvagem
 
            o verbo à deriva inala o sopro
            de luz
que me provoca o arrebatamento poético
            eis a porta do Caos
 
o velho legado para a nova geração de anjos caídos

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Para produzir as situações propícias


as mariposas exumam os relâmpagos
de jade
um pomar de peixes
voadores
mordiscam os submarinos

o radar flagra a lua fornicando

com a maré

robusta

girassóis do mar florescem

com a chegada 


das baleias ao santuário xintoísta

o elixir da dilapidação 

dissipa 

a luz

nos intervalos 

de cada respiração

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

A utopia vive para promover os pulmões da Babilônia


as plumas 
          adornam 
     os astros 
da aurora
          o tesão 
é um jardim 
     de ecos
               a fonte 
          de satisfação 
                    dos desejos 
          mutantes
     um raio 
atravessa 
          o corpo 
               do ciclone 
     o diamante 
traz 
     consigo 
               o élan 
          vital
& essa 
     estranha
               imagem 
          refletida 
no espelho

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

O instinto solar desencadeia um surto de bem-aventurança


a gangue de anjos 
irascíveis
respira 
a luz do crepúsculo

enquanto 

          harpias bebem 

                    cauim 


& deleitam-se

nos octaedros do sonho


as plantas celebram 

a diversidade 

das espécies

a flora sagrada ressuscita 


o vento

mônada do Verbo

domingo, 23 de dezembro de 2018

A puberdade do alfabeto lambendo a relva


crisálida 

     (filha 

transfigurada 

          de 

     um 

Deus 

     andrógino)

engendra 

          de 

     dentro 

          para 

     fora 

     o 

hieróglifo 

     da 

          múmia 

     mortuária

roupa 

     que 

          se 

               usa 

          do 

     avesso

          borboletra

sábado, 22 de dezembro de 2018

Eis uma nova receita do anarcopacifismo


orbe 

infernal

prenúncio da rosa-turquesa

a lua pousa nas águas 

palustres da 

magia 

negra


centauros defloram estrelas 

choque de 

kundalini

manuscritos forjados a ferro 

& fogo 


o êxtase 

sabotador das máquinas 

de guerra

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Essa percepção da arte divinatória


clímax do sol 
perplexo 
oráculo 
evanescente 

o amor ultrapassa 

suas 

próprias 

fronteiras 


nicho da paixão

o Cosmos brinca

no quintal do

Caos